sábado, 8 de setembro de 2012

Carta de um jovem que não consegue orar






Como é difícil.. como é difícil manter-se de joelhos. A mente vagueia em mil lugares, tudo parece tão interessante, e o que mais deveria ser – a saber, a oração – torna-se tão efêmera.
Infelizmente não consigo bradar em alta voz “Ah, doce hora da oração!” como tantos bradam.
Quinze minutos ajoelhado no máximo, e já não me agüento mais. O chão parece tão duro, a coluna dói e a cabeça vai para dezenas de lugares. “Orai sem cessar” diz Paulo, mas como? Se não consigo ficar sequer dez míseros minutos na presença do Altíssimo.
A questão não é apenas que não consigo, também tem a de que eu não quero. Meu coração odioso e orgulhoso não quer orar. Ele não quer acordar uma hora mais cedo para dar as primícias para o Senhor. Ele não quer colocar todos os caminhos perante o Senhor, pois é orgulhoso e odioso. Meu coração prefere se virar sozinho, fazer tudo por si só, pois em um ato soberbo e por de mais tolo, acha que está no controle. Ah, coração desesperadamente corrupto! Por preguiça, por falta de vontade, por estar “ocupado” e por colocar tantas e tantas coisas como prioridade antes da oração, que chega no fim do dia e não orei nem uma hora.
A oração, em tese e vida, deveria ser a hora mais ardentemente desejada pelo crente. “Doce hora da oração!” deveríamos exclamar. Deveria ser a hora mais importante, pois estamos entrando na presença do Altíssimo, Senhor de todos os espíritos. Não, não uma oração de pedidos, e até muitas das vezes nem de agradecê-LO, mas sim uma oração de conhecimento. Em oração O conheceremos.
Mas, eu não consigo orar.. novamente volto a isto. Minha independência quer sempre gritar mais alto, e eu quero estar no controle de todas as coisas. Não entrego ao Senhor, e em atitudes desprezo Sua mão poderosa.
Não, não me venham com essa de que eu posso, eu consigo! Não me venham com essa!
Se o Espírito de Deus não me levar a orar, não orarei! Se Deus não me levar a fazer, não farei!
Ah, Senhor! Dá-me o privilégio de estar em Sua presença! Não agüento mais não conseguir orar, leva-me a orar, por favor! Então me perguntariam: mas então você quer dizer que toda vez que alguém ora em Cristo, conforme as Escrituras, foi Deus quem o levou a fazer isso?
Sim, sim! Exatamente assim.
Eu não consigo orar, de fato.. mas isso não tira minha culpa de não orar. Em alguns casos, não tenho, ou não terei, por não pedir. Não consigo orar, logo, não fui levado a orar.
O maior privilégio do crente é conhecê-LO, e Cristo morreu para isso. Ele morreu para que pudéssemos entrar na presença do Pai, desfrutarmos de Seu conhecimento e vivermos em constante e plena comunhão. O trono da misericórdia está completamente disponível para quem está em Cristo, e não vivemos este privilégio. Ah, Senhor, dá-nos este privilégio, leva-nos a orar! Uma oração insistente, pertinente, inabalável, apesar das condições, uma oração constante! Essa deve ser nossa oração, com a fé que Cristo “deseja” encontrar em nós.
Persistência em pedir: leva-nos a conhecê-LO Pai das luzes! Em Cristo, Deus sempre nos ouve. E Ele sempre nos ouve, pois é Ele mesmo quem nos leva a orar.
Deus, leva-me a orar, pois eu não consigo.
Deus, em nome de Cristo Jesus, meu sumo sacerdote, com intercessões pelo Espírito de Deus por mim, leva-me a orar mais e mais! Dá-me tal privilégio, pois eu não irei orar se o Senhor não me levar a fazê-lo.

“.. pois é Deus quem efetua em vocês tanto o querer quanto o realizar, de acordo com a boa vontade dele.”
Filipenses 2:13

domingo, 2 de setembro de 2012

Caminhos tortuosos - Eclesiastes 9



...anda pelos caminhos que satisfazem ao teu coração e agradam aos teus olhos; sabe, porém, que de todas estas coisas Deus te pedirá contas” (Ec. 12.9).

 Depois de declarar que “tudo é vaidade e correr atrás do vento” e após falar sobre o “alegrar-se na juventude”, Salomão nos mostra que é possível escolher seguir nosso próprio coração, contudo, existe uma ressalva feita  pelo profeta Jeremias, que é por demais pertinente: o coração humano (mesmo o coração do eleito de Deus)  é enganoso e tem a capacidade de transformar dádivas divinas, como o amor, em pecado (exemplo disso é o amor idólatra). Na realidade, nunca nosso coração tomado apenas de auto convicção nos levará para os melhores caminhos. A prova disso é que na, sequência, ele nos adverte para o fato de que um dia daremos conta das nossas escolhas ao Senhor. Nosso coração é enganoso e desesperadamente corrupto (Jr.17.9).

É necessário provarmos cada dia mais do “manjar” da dependência divina. Tudo quanto fazemos, escolhemos e desejamos deve ser imediatamente submetido a Deus em oração e contrição sincera em sua Palavra.

Se preferirmos “ouvir nosso coração” e não a voz do Espírito falando através da Bíblia ao nosso coração, estaremos com certeza desprovidos de abrigo e vulneráveis a toda sorte de consequências que nossas decisões tragam.

Que o Senhor nos abençoe a fim de sermos guiados pelo Espírito Santo de Deus, e não por nós mesmos!

Allan Anthony