Como
é difícil.. como é difícil manter-se de joelhos. A mente vagueia em mil
lugares, tudo parece tão interessante, e o que mais deveria ser – a saber, a
oração – torna-se tão efêmera.
Infelizmente
não consigo bradar em alta voz “Ah, doce hora da oração!” como tantos bradam.
Quinze
minutos ajoelhado no máximo, e já não me agüento mais. O chão parece tão duro,
a coluna dói e a cabeça vai para dezenas de lugares. “Orai sem cessar” diz
Paulo, mas como? Se não consigo ficar sequer dez míseros minutos na presença do
Altíssimo.
A
questão não é apenas que não consigo, também tem a de que eu não quero. Meu
coração odioso e orgulhoso não quer orar. Ele não quer acordar uma hora mais
cedo para dar as primícias para o Senhor. Ele não quer colocar todos os
caminhos perante o Senhor, pois é orgulhoso e odioso. Meu coração prefere se
virar sozinho, fazer tudo por si só, pois em um ato soberbo e por de mais tolo,
acha que está no controle. Ah, coração desesperadamente corrupto! Por preguiça,
por falta de vontade, por estar “ocupado” e por colocar tantas e tantas coisas
como prioridade antes da oração, que chega no fim do dia e não orei nem uma
hora.
A
oração, em tese e vida, deveria ser a hora mais ardentemente desejada pelo
crente. “Doce hora da oração!” deveríamos exclamar. Deveria ser a hora mais
importante, pois estamos entrando na presença do Altíssimo, Senhor de todos os
espíritos. Não, não uma oração de pedidos, e até muitas das vezes nem de
agradecê-LO, mas sim uma oração de conhecimento. Em oração O conheceremos.
Mas,
eu não consigo orar.. novamente volto a isto. Minha independência quer sempre
gritar mais alto, e eu quero estar no controle de todas as coisas. Não entrego
ao Senhor, e em atitudes desprezo Sua mão poderosa.
Não,
não me venham com essa de que eu posso, eu consigo! Não me venham com essa!
Se o
Espírito de Deus não me levar a orar, não orarei! Se Deus não me levar a fazer,
não farei!
Ah,
Senhor! Dá-me o privilégio de estar em Sua presença! Não agüento mais não
conseguir orar, leva-me a orar, por favor! Então me perguntariam: mas então
você quer dizer que toda vez que alguém ora em Cristo, conforme as Escrituras,
foi Deus quem o levou a fazer isso?
Sim,
sim! Exatamente assim.
Eu
não consigo orar, de fato.. mas isso não tira minha culpa de não orar. Em
alguns casos, não tenho, ou não terei, por não pedir. Não consigo orar, logo,
não fui levado a orar.
O
maior privilégio do crente é conhecê-LO, e Cristo morreu para isso. Ele morreu
para que pudéssemos entrar na presença do Pai, desfrutarmos de Seu conhecimento
e vivermos em constante e plena comunhão. O trono da misericórdia está
completamente disponível para quem está em Cristo, e não vivemos este
privilégio. Ah, Senhor, dá-nos este privilégio, leva-nos a orar! Uma oração
insistente, pertinente, inabalável, apesar das condições, uma oração constante!
Essa deve ser nossa oração, com a fé que Cristo “deseja” encontrar em nós.
Persistência
em pedir: leva-nos a conhecê-LO Pai das luzes! Em Cristo, Deus sempre nos ouve.
E Ele sempre nos ouve, pois é Ele mesmo quem nos leva a orar.
Deus,
leva-me a orar, pois eu não consigo.
Deus,
em nome de Cristo Jesus, meu sumo sacerdote, com intercessões pelo Espírito de
Deus por mim, leva-me a orar mais e mais! Dá-me tal privilégio, pois eu não
irei orar se o Senhor não me levar a fazê-lo.
“.. pois é Deus quem efetua em vocês tanto o
querer quanto o realizar, de acordo com a boa vontade dele.”
Filipenses 2:13
Filipenses 2:13