Por D. G. Hart
Tradução e Adaptação de Allan A. Antonio
O que é high church e low church?
O termo “high church” ou "alta igreja" refere-se a
crenças e práticas de eclesiologia,
liturgia e teologia, em geral, com ênfase na formalidade dos cultos e resistência à "modernização". Embora usado em conexão com várias tradições cristãs, o termo se popularizou pelas práticas
da Igreja Anglicana. As igrejas da tradição “high church” comumente possuem uma
teológica rica e conservadora, ao passo que também adotam princípios
reguladores de culto, orações escritas, música sacra, uso de vestes
pastorais, responsos, proibição de palmas e outros elementos da tradição
litúrgica histórica. As igrejas high church são, essencialmente, igrejas
históricas.
O conceito oposto ao de “ Alta Igreja”, é o conceito “ low church” ou “Baixa Igreja”. Esse termo corresponde às Igrejas
liturgicamente e eclesiológicamente mais contemporâneas. Essse tipo de igreja
corresponde (atualmente) ao maior número de igrejas dentro da tradição
protestante brasileira
Vista externa da Catedral de Santo Egídio (St. Giles' Cathedral) - A Igreja de John Knox - pai do Presbiterianismo. |
Os
termos “high church” e “Presbiterianismo” raramente são encontrados juntas, e
por uma boa razão. Presbiterianos anglo-americanos e seus irmãos reformados do
continente europeu não têm se distinguido por possuírem refinadas
sensibilidades litúrgicas e nem mecanismos altamente eficientes de proteção do
clero. É claro que para os herdeiros de Calvino uma boa teologia é fundamental,
mas no espectro eclesiástico protestante, partindo de uma visão “low church”
para uma visão “high church”, o melhor que presbiterianos podem fazer é
posicionarem-se onde os congregacionais se posicionam, isto é, no meio, com
luteranos e episcopais acima e batistas e metodistas abaixo. Talvez isso
explique o velho ditado que retrata os batistas como sendo metodistas que usam
sapatos, e os presbiterianos como batistas que sabem ler.
Por
mais adequado e pertinente que possa parecer para um presbiteriano habitar em
meio às moderadas noções protestantes sobre liturgia e ministério da Igreja, é bem verdade que caso a grande maioria fosse abandonada à própria sorte, ela invariavelmente
desceria às regiões mais baixas da sensibilidade eclesiástica.
Então,
para batistas que estão trilhando seu caminho para cima, optar pelo presbiterianismo
é uma escolha feliz, uma vez que essa mudança raramente demanda ajustes
significativos que vão além do Batismo Infantil.
Vista interna da Catedral de Santo Egídio (St. Giles' Cathedral) |
Minha
esposa e eu fomos criados em congregações batistas fundamentalistas nos Estados
Unidos, mas agora pertencemos à Igreja Presbiteriana Ortodoxa (Orthodox
Presbyterian Church), uma federação de igrejas reformadas, em grande parte de
linha “low-church”. Cinco de nossos seis irmãos e irmãs são membros do
equivalente sulista da OPC, a Igreja Presbiteriana na América (Presbyterian
Church in América – PCA).
Embora
possa soar como uma anedota, tal fato confirma a tese de que o presbiterianismo
não é uma extensão da fé batista. Em verdade pode ser a preferência
denominacional para batistas experimentando certa mobilidade social ascendente,
mas enquanto o presbiterianismo oferece uma forma mais clássica de Cristianismo
protestante para batistas, seus impulsos “low-church” são em forma de legiões
de crentes que desejam uma forma mais sóbria e formal de expressão de devoção.
Nós
podemos estar muito distantes daquilo que é exposto por Robert Webber em sua
obra intitulada “Evangélicos na trilha de Cantuária”, para dizer que
presbiterianos em busca de um modelo mais sério estão se tornando Episcopais.
Isso pode ter sido verdade durante os anos 70, mas atualmente presbiterianos
buscando certa mobilidade eclesiástica têm tido suas opções expandidas e podem
ser agora encontrados entre ortodoxos orientais e católicos romanos.
Rara
é a congregação Presbiteriana que oferece a essas almas, liturgicamente
centradas, um lar confortável. Alguns
outros presbiterianos tentando extrair certa graciosidade litúrgica de uma
tradição que parece não ter nenhuma tendem para uma forma mais clássica de
adoração mista. Em vez de introduzirem “louvores” e coros dentro de uma versão
padrão de presbiterianismo, aqueles que buscam maior formalidade acabam
importando para cultos presbiterianos elementos litúrgicos de outras tradições
“high church”.
Tendo
esses dados em mente, a questão que permanece sem resposta é: “pode um Presbiteriano
ser adepto do modelo high church?” ( continua no próximo artigo).