sábado, 10 de novembro de 2012

Como você lê a Bíblia? [Compilação de Posts]


Amados irmãos em Cristo, venho através deste post, trazer uma compilação de posts de outros blogs e sites. O assunto em questão é a relação de como você lê sua bíblia. Palavras sábias e bíblicas, exortações e ajudas para você ler sua bíblia. 
Postarei quatro textos e um vídeo - devidamente creditado. 
Meditem amados em Cristo, e que o Espírito do Altíssimo abra vossos olhos e vos ajude se assim for de Sua boa e Soberana vontade.



Duas Grandes Questões para uma Boa Leitura Bíblica - por Jonathan Parnell

Uma boa leitura bíblica diz respeito a significado e aplicação. Nos chegamos à Bíblia com duas questões: primeiro, o que esse texto diz? E segundo, o que ele quer dizer para mim neste momento?

O que significa

Nós fazemos a primeira pergunta porque Deus é real. O mundo existe porque Ele o criou. Ele é o originador e todo o resto é originado. E nesse mundo que Ele fez, significado tem significado ainda que o conheçamos [o significado] ou não. Meu filho de um ano não me entende quando eu digo "Eu te amo, parceiro"...mas mesmo assim eu falo, e algum dia ele vai entender. Significado é mais como aço que como barro: ele permanece forte não importando o número de mãos que o toquem. Lembre-se disso na economia de Deus "A Palavra tornou-se carne", não "Carne conjurou a Palavra". Nós temos "visto Sua glória", não juntado as peças dela. Deus diz coisas e elas importam, e ele fez isso ainda antes que tivéssemos cérebros. Então os textos vêm antes que os leitores. "Isso está escrito" supera "isso significa para mim".

Ler é descoberta, não invenção. Nossos olhos passam pelas palavras para observá-las, não criá-las. Não é interessante como ler exige tal postura passiva? Com certeza nossos cérebos estão trabalhando duro, mas não vemos isso. A postura é toda sobre exposição. Apenas pegamos o texto à nossa frente. O examinamos. O digerimos mentalmente. Enquanto isso, nossas mãos não têm que se mover. Nossos teclados não são tocados. Olhamos para o que está ali,  debruçados sobre símbolos, curvados, por assim dizer.

Sabemos que há significado nesse texto - na Bíblia. Existe um autor inspirado que disse isso dessa maneira, não daquela, que pretende que nós vemos o que Ele vê, e não o que queremos ver. Além do mais, existe um autor divino que nos deu "olhos divinos" para então derrubarmos as escamas da preferência carnal e pressão cultural (1ª Coríntios 2:12). Não podemos fazer o texto dizer o que ele não diz - e por que quereríamos isso? Somente Um "tem a palavra da vida eterna" (João 6:68).

Então, perguntamos, "o que esse texto diz?"

Porque importa

Mas nós não paramos ao descobrir o significado. Uma vez que sabemos o que ele diz, perguntamos o por que ele importa. Essas não são duas tão diferentes questões como são Parte 1 e Parte 2 da mesma. Significado é determinado, como nós vimos, mas seu poder não é estático. A Palavra de Deus é viva e ativa (Hebreus 4:12). Palavras, sim, mas também voz. Nós lemos, claro, mas também ouvimos.

Ancorados ao significado do texto, lançamos nossas redes nas profundezas de nosso dia-a-dia. Alguma coisa vai ser apanhada, alguma coisa será engolida, alguma coisa será puxada e aproveitada de acordo com a vontade do Autor. Não devemos esperar nada menos. A Bíblia é, afinal de contas, para nós. Não é por nós (interpretações pós-modernas) e não é sobre nós (cultura popular), mas ela é para nós. A Bíblia é por Deus, sobre Deus, para nós. Ou de forma mais particular, a Bíblia é a Palavra de Deus sobre o Deus-homem, Jesus Cristo, dada a nós como testemunha da salvação e script para nossa verdadeira identidade. "Dê-me vida de acordo com Sua Palavra!" (Salmo 119:25)

Porque há Palavra e Espírito (Institutas, I.9), ler a Bíblia é mais como respirar do que masterizar um corpo de conhecimento. Nós inalamos, não uma vez a uns anos atrás, mas todos os dias. E nós exalamos, não uma descrição cerebral de contextos históricos, mas como esse texto muda-nos agora. Nós lemos iluminados e andamos transformados.

Texto original: Desiring God Blog
Tradução: Jonathan Arthur Morandi




Como não ler a Bíblia para tua destruição!

Em sua carta aos Filipenses Paulo faz uma declaração incrível: “Posso todas as coisas...  posso tudo...” – O que Paulo quer dizer com isso?

Quando diz isso é claro que ele não está dizendo, por exemplo, que ele pode voar como um pássaro, viver sob a água como um peixe... Ele não está dizendo que pode ir até o cemitério da cidade e levantar todos os mortos, que pode ir até a lua... Não está dizendo que pode viver sem o descanso necessário, ou que pode ganhar o Império Romano para Cristo, não está dizendo que pode pintar como Leonardo da Vinci, compor como Mozart, esculpir como Rodin, cantar como Freddie Mercury, correr como Isaim bolt, escrever como Shakespeare, teorizar como Newton...

O que Paulo está dizendo não está relacionado a nada disso. Ele não está ensinando a “reivindicar” algo a Deus. Usando textos assim líderes manipulam membros da igreja. Não é o pensamento do tipo – “Você pode realizar isso, você pode tudo em Deus... podemos todas as coisas... é o que Deus disse...” – Isso é horrível, degradante, manipulador e engano fatal.

Paulo não podia fazer tudo o que ele queria. Ele estava preso ao escrever esta carta. Ele não podia se libertar da prisão. Não podia arrebentar as cadeias em seus pulsos e tornozelos, evitar que os chicotes marcassem suas costas... Ele não podia ordenar que o anjo que tirou Pedro da cadeia o tirasse também. Ele não podia remover o espinho em sua carne. Ele que sofreu naufrágios, não podia simplesmente sair andando sobre as águas. Não podia ordenar o Mediterrâneo que se acalmasse. Ele não podia com um gesto calar a boca dos falsos líderes hereges gálatas que estavam destruindo aquela igreja, ele não podia ordenar que o Império Romano não o condenasse a morte... Ele não podia muitas coisas e o texto ficaria longo se mencionássemos tudo.

Este texto então, é um bom exemplo de como a Bíblia deve ser lida e de como a Bíblia não deve ser lida. Não se pode pegar uma única promessa em toda Bíblia, uma única declaração, ou testemunho de um apóstolo... fora do seu contexto. O entendimento de algo tão simples já faria uma diferença gigantesca em nossa geração cheia de heresias e enganos.

O que Paulo estava ensinando? Seu contexto, o lugar onde Paulo põe esta verdade, é quando ele está falando de abundância e também de momentos de necessidades, de estar bem alimentado ou estar passando fome... Paulo tinha aprendido a se contentar com o que Deus queria para sua vida. “Eu posso viver esta situação”, Paulo está dizendo. “Eu não vou ficar amargo... não vou ficar paralisado... foi continuar proclamando a glória de Cristo nesta situação...” Tudo que Deus atribuiu a ele, Paulo pode responder de uma maneira em que Deus fosse honrado.

Deus é surpreendente, Ele pode e tem o prazer de promover o evangelho e sua glória, seja pela vida curta de Estevão ou pela longa vida do apóstolo João. Sua vontade será feita. Paulo então está dizendo: “Eu aprendi o segredo de enfrentar muita abundância ou severa fome, pois posso todas as coisas naquele que me fortalece”. Ele está dizendo que nessas situações ele era capacitado a viver em contentamento como um filho de Deus, em paz e comunhão com Deus, realizando o Seu propósito, em todas as circunstâncias em que Deus se agradasse em colocá-lo. Quaisquer que fossem as tentações, provações, pressões sobre seu frágil corpo ou mente, em meio a qualquer aflição, ou sucesso e prosperidade, com todas as tentações que isso possa trazer... ou acorrentado numa cela úmida, ou se estava em um navio afundando no Mediterrâneo... que por meio de Cristo, ele poderia realizar o propósito de Deus em todas essas circunstâncias, mostrando como um filho de Deus enfrenta todas essas coisas sem se desviar do único propósito da existência que é em tudo glorificar a Deus.

“Sei estar abatido, e sei também ter abundância; em toda a maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome; tanto a ter abundância, como a padecer necessidade. Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece.” - Filipenses 4:12-13





Três estímulos para aqueles que amam a Bíblia

Entrei no Seminário Martin Bucer (Facebook) este semestre e em meu caminho para São José dos Campos estava ouvindo o audiolivro Think [Pense, publicado pela Fiel]. Alguns trechos sobre sermos aplicados à leitura Bíblica me chamaram a atenção. Gostaria de dedicar este trecho a todos os amantes da Palavra de Deus, em especial seminaristas (grifos meus). Espero que vocês sejam edificados.

1. Não coloque o Espírito contra o estudo aplicado da Escritura
“[...] Paulo disse a Timóteo: “Pondera o que acabo de dizer, porque o Senhor te dará compreensão em todas as coisas” (2 Tm 2.7). A ordem era que ele pensasse, considerasse, usasse a mente para tentar entender o que Paulo estava dizendo. E a razão que Paulo apresenta para a ordem de pensar é esta: “Porque o Senhor te dará compreensão”. Paulo não coloca essas coisas em tensão: pensar, por um lado, e receber de Deus o dom de entendimento, por outro lado. Essas duas coisas andam juntas. Pensar é essencial para chegarmos ao entendimento. Mas o entendimento é um dom de Deus.”
2. A alegria está no outro lado do trabalho árduo
“[...] A pessoa que não aceita a dor e a frustração permanecerá em baixos níveis de realização e gozo. Por exemplo, aprender a dirigir um carro é algo cheio de tensão. [...] Mas, se você desistir, perderá as alegrias de dirigir onde lhe agrada e de ser capaz de realizar uma conversa enquanto dirige, o que ocorre somente quando o dirigir já se tornou algo natural.

[...] A alegria está no outro lado do trabalho árduo. Esse é um elemento básico de todo crescimento. Parte da maturidade está em compreender o princípio da satisfação protelada. Se você não pode aceitar o sofrimento do aprendizado e quer satisfação imediata, você perde as maiores recompensas da vida.


Isso também se aplica à leitura da Bíblia. As maiores riquezas são para aqueles que trabalham com empenho para entender tudo que ela contém. Na Bíblia, há centenas de conexões e significados que não saltam da página na primeira leitura – pelo menos, não para mim. Tenho de ler devagar e começar a fazer perguntas sobre as palavras e as conexões. Ou seja, pensar tem de se tornar intencional.

[...]

Mas já compreendemos que nossa habilidade de leitura – nossa habilidade de pensar – que nos serve tão bem na maior parte de nosso tempo, não vê tudo que a Bíblia tem a dizer. Chega o momento em que decidimos ser intencionais em nosso pensar, para crescermos no que vemos e entendemos. Se não escolhemos pensar com empenho, aceitaremos um nível de entendimento de adolescente pelo resto de nossa vida.”
3. Fazer perguntas é a chave para o entendimento
“Quando falo a respeito de tornar-se intencional em pensar com empenho, isto é principalmente o que estou querendo dizer: fazer perguntas e labutar com nossa mente para respondê-las. Portanto, aprender a pensar frutiferamente nos textos bíblicos implica em que temos de formar o hábito de fazer perguntas. Os tipos de perguntas que você pode fazer ao texto são quase intermináveis.

Por que ele usou essa palavra?
Por que ele a usou aqui e não lá?
Como ele a usa em outras passagens?
De que maneira essa palavra difere desta outra que ele poderia ter usado?
Como a combinação destas palavras afeta o significado dessa palavra? [...]




Método de Estudo Bíblico de A. W. Pink

“Nos meus primeiros anos eu assiduamente segui este triplo caminho:
Em primeiro lugar, eu lia toda a Bíblia três vezes por ano (oito capítulos do Antigo Testamento, e dois do Novo Testamento diariamente). Eu constantemente perseverei nisso durante dez anos, a fim de me familiarizar com o conteúdo, que só pode ser alcançado através de consecutivas leituras.
Em segundo lugar, eu estudei uma porção da Bíblia a cada semana, concentrando-me por dez minutos (ou mais) todo dia na mesma passagem, pensando na ordem dela, na ligação entre cada afirmação, buscando uma definição dos termos importantes, olhando todas as referências marginais, procurando seu significado típico.
Terceiro, eu meditei sobre um versículo a cada dia, escrevendo-o sobre um pedaço de papel na parte da manhã, memorizando-o, consultando-o em alguns momentos ao longo do dia; pensando separadamente em cada palavra, pedindo a Deus para revelar para mim o seu significado espiritual e para escrevê-la no meu coração. O versículo era o meu alimento para aquele dia. Meditação é para a leitura como a mastigação é para o comer.
Quanto mais alguém seguir o método acima mais deve ser capaz de dizer:

‘A tua palavra é lâmpada que ilumina os meus passos e luz que clareia o meu caminho. “[Sl 119: 105].’

- A.W. Pink
Fonte: http://voltemosaoevangelho.com/blog/2008/09/metodo-de-estudo-biblico-de-a-w-pink/#ixzz2BpYdHw76



Leia a Bíblia Contra Você! - Jonathan Edwards


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